Ei mãe, feliz dia.
Mãe eu não sabia como começar essa carta, eu escrevi milhares de vezes e apaguei, desde a sua partida eu nunca mais escrevi uma carta endereçada a você e nem a outra mãe, mas hoje, com esse movimento de cartas de amor, senti que era o momento.
Mãe eu não gosto de ser mãe e você estava certa quando dizia o quanto o papel mãe é pesado, injusto e cruel, esse papel não merecia tamanho sofrimento, culpa e vergonha, mas você também estava certa ao dizer que ser mãe era a maior aventura na vida de uma mulher e que essa jornada mãe me faria feliz na mesma proporção de me tornar gigante e por mais louco que possa parecer esse paradoxo se chama vida. Vida real.
Mãe hoje é Dia das Mães e por mais que eu não celebre essa data, porque eu realmente acredito que meu dia é todo dia, esse ano estarei com pessoas que amo e em especial com sua neta que me ensina diariamente o quanto nós mães precisamos estar atentas para não cair no pesadelo social e sim, aprender com essa aventura.
Mãe a vida é simples e complexa, a vida é curta e ao mesmo tempo longa demais, a vida é um carrossel, uma roda gigante, a vida é um parque e as vezes nem sempre de diversão, mas mãe, como é bom ser mãe, como é bom ser vida latente e fértil e eu sou sua semente, não perfeita, mas semente abundante.
A e você tinha razão em mais uma coisa mãe, não somos santas, somos humanas, errantes, gostosas, falhas, desejosas e o que queremos ser e hoje escrevo para você, para mim e para todas as mães que me leem e o meu desejo é que o papel mãe não te tire o amor e a humanidade de estar com os seus, vá além mulher, vá além mãe.
Feliz dia para nós.